Poemário.

Poemário.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Um Cafuné Amor

Ás vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois.
             Caetano Veloso

Meias nos pés frios.
Um pijama desajeitado.
Coca-cola pela metade no copo da Coca-cola, porque talvez o sabor sofra alguma mudança, ou não.
Cabeça doendo, olhar cansado, mente meio dormindo.
E aqui estou escrevendo, ALELUIA !

São 03:01 da manhã, olá segunda-feira, seja bem-vinda!

Tenho a sensação de seus dedos passando pelos fios embaraçados do meu cabelo, uma chuva fina no quintal, um sofá quentinho, coisas toscas na TV, seu cheirinho pertinho de mim, seu sorriso visto de baixo para cima sempre me pareceu mais bonito.
Conversas sérias, conversas simples...
Beijinhos quentes, lábios macios, abraços dos seus braços apertados.
Calmaria...

Mas a gente sabe que aquele sofá ainda não é o nosso, que aquela TV não é a nossa.
Respira fundo, isso já vai mudar.

Sinto tua paz, sinto nossa paz.
Recordações passam por mim.

Finjo um cochilo e o cafuné continua, continuamente continuando a continuar, quantas palavras contínuas !
Deixo ser descoberta, solto uma gargalhada pequena, você me acalenta.
Ah, seu amor...
Me abraça e diz que me ama, me olha fixamente e vejo meu sorriso em seu olhar, isso é fascinante !

E a Cola-cola está sem gás, isso te causaria uma cara de chateado.
Fico aqui rindo comigo.
Pensando no meu riso contigo.
Querendo te amar...

Amor, vem dormir pra cá ?

Jess Santos

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O vigésimo segundo passageiro

Apresentando:
III - O desembarque para o ato final.

Era jovem, um jovem coração louco!
Ele já não se importava quando o mundo gritava com ele, tinha lutado pelo que lhe parecia ser certo... Talvez ele tenha parado de se importar a algum tempo, quando aqueles lábios frios o deixaram com uma lembrança devastadora que ainda o invadia nas madrugadas...

O nosso trem seguia e seus pensamentos se perderam em memórias.
Havia tanta coisa boa, eu podia ouvi-los! Haviam amigos e inúmeras partidas de vídeo-game ( nem todas ganhas,mas todas disputadíssimas!), havia um por do sol laranja e uma lua cheia prata que se refletia na água...Haviam juras de amor e quebra dessas eternas juras,isso o fez rir.
Foi um soldado sem guerras históricas, mas lutou com o mundo e contra ele... e agora o que havia restado dele ? Um jovem cujas tattoos lhe davam um ar falso de liberdade, alguém que se perdia em poesia para esquecer do mundo real e sombrio, havia restado alguém, uma alma ?
Ele se perguntava aonde tinha perdido a vontade de viver!

A neve se tornava agora mais densa, um nevoeiro se atrevia à frente das janelas do trem...
Já não haviam mais passageiros, só restava o vigésimo segundo passageiro e eu.
Quando nossa viagem começou ainda na estação minha curiosidade tinha sido despertada pelos seus pensamentos alvoroçados, mas agora já não me importava saber,queria esperar para ver o que ele havia planejado para si...E logo se tornaria real.
Estávamos a dez minutos da estação final, estávamos a dez minutos do início do fim.
A frase que se repetia em seu consciente era terrível '' Viver dói'' e continuava a repensa-la.
Com os punhos cerrados ele se levantou para o desembarque, me levantei logo após dele e seguimos para fora do trem.
A estação estava semi-deserta, apenas algumas pessoas com pensamentos avulsos, era tarde o relógio começava a avançar a madrugada.
Começou então a seguir a oeste da estação, caminhei atrás dele,logo a frente havia uma imensa árvore, cujos galhos secos pendiam cristais de gelo, a neve feria sua face e por duas vezes lhe embaçou a visão...
Olhou por algum tempo sua imagem desfocada nos cristais de gelo, mas não viu mais vida ali.
O fim havia chegado!
Recostou-se no tronco da árvore e cerrou os olhos bem apertados, quis apenas chegar a pó, mas não foi possível.
Abriu os olhos novamente e me viu, por um momento encarou-me com sua palidez de neve e então perguntou-me há quanto tempo estava ali, sentei-me ao seu lado e segurei tua mão cadavericamente gélida e disse '' Estou  aqui desde o começo''...Quis então me contar tais motivos cruéis que o levaram até ali, mas não havia mais tempo, sou apenas uma e meu trabalho se multiplica de cem em cem mil, há tantas almas para levar que não houve tempo para nenhuma outra palavra, apenas para o último pensamento que ele teve " Você foi tão tranquila".
Sendo assim, seus olhos ficaram semi-cerrados e uma leve camada de gelo começou a tomar a forma de sua face,seus lábios foram ganhando uma cor roxa, por fim sua alma se sentou tranquila e então pude me ausentar daquela neve toda, levando-o comigo, a alma do vigésimo segundo passageiro.


                                                                                                     Jess.Santos

O vigéssimo segundo passageiro

Apresentando:
II - Uma pequena nota sobre a Morte.


 Havia um tempo morto.
 Cinzas em sua lareira,era levemente levantadas pela brisa fria que entrava pela fresta da janela.
 Uma meia luz revelada seu rosto, tomado de uma dor silenciosa.
 Seus olhos estavam fixos em alguns papéis sobre a mesa de centro, eram intitulados ''prognóstico'', era seu, era a causa de tanto dor.
 Aquilo não melhoraria, o levaria a uma morte súbita a mais o menos uns dois, três dias...
 Ele deixou se afogar naquelas palavras,suas mãos suavam frias, estavam trêmulas...
 Não havia o que fazer, resolveu apenas não ficar para morrer em casa, gostaria que a neve o tocasse enquanto sua vida desfalecia...


        " Os dois dias se estenderam..."


                                                                                      






 Jess.Santos




            

sábado, 8 de setembro de 2012

Retornar

Pronto.
Então,podemos começar?

Me pego pensando ao que me levou a parar de escrever. A rotina tem sido cansativa,me desdobro entre obrigações e descanso, e então a inspiração foi bloqueada... Meu número de celular não mudou e mesmo assim não tenho recebido tantas ligações,tenho feito mil coisas e mesmo assim outras mil ficam sem fazer.
Meu coração está confortável, me parece muito bem, talvez seja mais um motivo pelo qual os post's pararam.
Me surpreendo por já passar de cem caracteres, talvez a inspiração resolveu voltar de supetão !
Não houve sequer uma semana que não passasse no blog e relesse os post's antigos, me perguntava aonde aquela inspiração tinha se escondido.
Havia perguntas sobre tal parada repentina, confesso que nem sempre quis responder,dentro de mim era crucial pensar que tais pessoas acreditavam em mim e eu as estava decepcionando.
Passei uma boa parte do meu tempo, entre intervalos de obrigações, dedicando-me as obras de J.R.R. Tolkien, e isso me fez muito bem. A poesia esteve presente dentre algumas madrugadas, mas a poesia me massacra e assim ficava mais tardia esta volta.

Enfim, havia parado de tentar, então uma ligação me fez mudar de ideia e tentar de novo.
E aqui estou de volta, trago a segunda parte de O vigésimo segundo passageiro(...) espero agora não parar por grandes intervalos e assim prosseguimos...


                                               Jess.Santos

domingo, 29 de abril de 2012

O vigésimo segundo passageiro

Apresentando:
I - O embarque.

Era final de outono, aproximadamente uns dois dias antecediam o inverno.
Um dia calmo ao meu ver, nenhuma surpresa no decorrer deste...
O vento já soprava mais frio e logo teríamos neve em todo o lugar !
Os dois dias se estenderam...
Meu caminhar era lento até a estação de trem, já havia neve suja nas sargetas depois de tantos passos apressados.
Muitos rostos, quantas pessoas e pensamentos juntos.
Ah, pois é, esqueci de contar que posso ouvir alguns pensamentos - mas não são todos e na maioria das vezes mudam, antes que eu os consigo relacionar em tempo e espaço...
Continuaremos agora.
Enfim, estava na plataforma do meu trem, um pensamento se levantou ao meu lado, só não sabia de quem era porque haviam muitas pessoas ali.
De primeira não consegui decifra-lo.
Isso se tornou uma especie de adivinhas.
Ao final de dez pensamentos contraditórios consegui ver quem era.
Acredito que tenha havido alguma falha, pois este pensou em seu livro que estava á mão e foi assim que descobri...
Era um bom livro- de poesias- um dos meus preferidos !
O adivinhas de pensamentos era um moço novo ao que me parecia, um olhar que trazia calor mas muito distante, uma altura mediana e tatuagens que lhe desciam até o punho dos dois braços...
Seus pensamentos eram rápidos e apavorados, parecia planejar um ato que mudaria sua vida.
Confesso que isso me despertou uma curiosidade fora do meu comum.
Nem sempre me importo com os pensamentos alheios, pois não gostaria que me descobrissem !
O trem havia chegado, estava atrasado...

Os pensamentos dele ainda eram apavorados, suas mãos suavam frias, a todo instante olhava dentro do seu livro, lia alguns versos pesados e avulsos.
O moço se sentou nas poltronas que dividiam o vagão, a vigésima segunda poltrona, tornando-se assim o nosso vigésimo segundo passageiro.
O trem seguia normalmente, ao leste escuros pinheiros se confrontavam como exércitos gelados em grandes fileiras de combate. A noite já era uma mescla de neve e nuvens escuras...
Aos poucos o trem foi ficando vazio, todos os outros passageiros só pensavam em chegar logo aos seus destinos, mas o adivinhas estava mais do que preocupado, sua respiração tornava-se mais rápida e difícil.
Faltava agora duas estações até a última parada, não havia ainda conseguido decifrar o pensamento principal  dele, ainda não sabia seu plano.
Como aquilo era frustante ! Comecei então a pensar em possibilidades, mas qual delas era o objetivo dele e porque todo aquele alvoroço de pensamentos ?
                                                                                    - continua-

                                                                                                                 
                          Jess.Santos
                                                             

domingo, 8 de abril de 2012

Separação

Era bela, seu cabelo negro lhe deixava um ar misterioso.
O dia já se alongava pelas frestas da janela, ela logo levantaria...
Levantei antes dela, preparei nosso capuccino e torradas, abri a janela do nosso quarto e deixei o sol toca-la.
Abriu então os olhos, oh lindos olhos que me levam a ruína, deu-me um sorriso ainda amassado da noite dormida, colocou meu roupão sob a lingerie preta que moldava seu corpo.
Sentou- se comigo  e tomou seu capuccino já morno devido á espera...
Tomou seu banho matinal  e assim se seguiram nossas rotinas.

O sol já não estava mais presente, em seu lugar uma lua cheia prateada era rodeada por nuvens feitas como brincadeiras com fumaça, o céu era escuro e mudo.
Ela havia voltado para casa, parecia que não a via a tanto tempo, desejava seu corpo como nunca desejaria em mil anos de espera, desejava-a com um desejo maciço e permanente.
Tive-a em meus braços por um longo tempo, mas para mim ainda não tinha sido suficiente.
Ela tinha em si a droga que me mantinha por perto...
A história se repetia cotidianamente, quase como ritual.
E sem querer,decorei a sua rotina.

E então me lembrava de que nada mais era assim...
O sol já não beijava-lhe a face, ela não vestia meu roupão e também não andava pela casa de lingerie,  os capuccinos e as torradas não tinham o mesmo gosto e assim foram substituídos por um cafezinho da padaria da esquina...
E logo eu que precisava tanto dela.
E agora depois de tanto tempo, fica apenas a sensação da última conversa corriqueira, da briga então oculta até aqui, de uma não despedida...


Mas que delírio,  que pensamento estranho de se ter.
E acordando relutante procurei teu corpo...
E achei-a ali ao lado, seu sorriso-paz, seus cabelos ainda eram negros, naquele porta- retratos na cabeceira, agora virado para baixo, para essa alma doentia não ter outro desvaneio sorumbático.

                                                                             

                                                                                    
 Jess.Santos         
                                             

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dedico-te : P.Fernandes

- Uma pequena nota - 


Me sinto muito orgulhosa disso tudo.
É como se estivesse presenciando o primeiro passinho de uma garotinha - que consegue agora andar sem ter os braços da mãe por perto.
É como se dissesse as primeiras palavras corretas - não coisas sem sentido como 'papa e mama'.
É assim que me sinto com vce me dizendo que está ouvindo ROCK !
Você me deixa com muito orgulho -  Paola Fernandes !!!!


- Ouvir rock voce está fazendo isso certo !
dahora (:


                                                           Jess.Santos