Poemário.

Poemário.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dedico-te : P.Fernandes

- Uma pequena nota - 


Me sinto muito orgulhosa disso tudo.
É como se estivesse presenciando o primeiro passinho de uma garotinha - que consegue agora andar sem ter os braços da mãe por perto.
É como se dissesse as primeiras palavras corretas - não coisas sem sentido como 'papa e mama'.
É assim que me sinto com vce me dizendo que está ouvindo ROCK !
Você me deixa com muito orgulho -  Paola Fernandes !!!!


- Ouvir rock voce está fazendo isso certo !
dahora (:


                                                           Jess.Santos

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Três erros em face da Morte

Terceiro - A execução do ato final.


- Antes uma pequena nota de sua narradora - 
Nem tudo é o que parece ser, leia as entrelinhas.


De um olhar panorâmico quis checar pela última vez se alguma coisa havia mudado, mas tudo estava como antes, nada havia mudado ali.
As árvores ainda se recostavam nos canteiros da avenida, as flores ainda se levantavam com a suave brisa que também tocava o seu rosto, as fileiras de poeira nas janelas vizinhas ainda se encontravam la...
Era tudo tão monótono.
Era então chegado o momento do ato final.
Decidiu escrever uma carta de despedida, a qual dizia não poder mais viver daquela maneira, se desculpou com seus familiares, disse aos amigos que cada aventura fora necessária, deixou senhas particulares no verso da carta e pediu que fossem canceladas, deixou um pequeno legado de cd's e disco de vinil a seus amigos, pela ultima vez disse que os amava e que era necessário assim faze-lo, por fim despediu-se, assinou a carta, fechou-a em um envelope e depositou-a sob a sua velha caixinha de música.


As ligações para parabeniza-la começaram logo pela manhã, a todos ela chamou para ir a sua casa por volta das dez da noite.
As horas se estenderam devagar.
Deixou tudo preparado, vestiu sua roupa preferida, penteou seus cabelos  e viu graciosidade em cada mecha.
Deixou a porta destrancada e refugiou-se em seu quarto.

Colocou seu álbum de rock preferido como trilha sonora de um ato fúnebre.
Preparou um copo com alguns comprimidos, tomou-os e deitou em sua cama...
O relógio anunciava nove e meia da noite.
Em mais dez minutos cravou em si lâminas, que a fizeram sentir o gosto de sangue que começava a escorrer na ponta de seus dedos.
Tudo escurecia naquele momento...
Por alguns segundos encontrou-se inconsciente.
E depois um turbilhão de pessoas em imagens borradas rodearam seus pensamentos.
Então alguns gritos de desespero se levantaram em volta de sua cama, eram faces conhecidas, eram pessoas que a amavam, eram apenas seus amigos.
Depois tudo escureceu.
Era então chegado seu fim ?


Caro leitor permita que sua narradora lhe fala um pouco mais pessoalmente...
Daqui imagino sua frustração ao ler a última linha dessa história.
Imagino quantos pensamentos não se levantaram ai ao seu lado.
Mas quão boa é a sensação de poder dar o desfecho a história dessa garota.
Permita-se imaginar um final a isso tudo, e assim caso não goste do final por mim escolhido, fiquei a vontade para muda-lo.
Agora então retomaremos.


Como muitos acham a Morte - que no caso também é a sua narradora, caso não tenha descoberto ainda- não é calma e indolor...
E então quando achou que tudo já havia se resolvido, seus olhos se abriram, sua visão embaçada conseguiu distinguir o quarto do hospital.
O soro pingava gota a gota para dentro de suas veias.
As lacerações em sua pele a tomavam de uma dor insuportável.
Suas lágrimas desciam sob seu rosto marcado.
A Morte em si é dolorosa, Ela se consome dentro de você, secando o sangue de suas veias uma por uma.
Ela se debateu na maca em que estava, tentou de todas as maneiras lutar contra aquilo.
Era tarde demais.
Seus olhos se afundaram num eterno paradoxo, seu corpo ficou pálido e gélido, seu coração bombeou pela última vez, sua pele era como pétalas frágeis, seus lábios eram de um começar de roxo...
Tornou-se realidade seu desejo, desde a razão, o plano e o ato final.
Era o seu fim, seus três erros em minha face, três erros em face da Morte.

                                                                        Jess.Santos

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Três erros em face da Morte


Segundo - O plano.


Encontrava-se nua em sua cama, o calor era extremo, percorria sua pele macia deixando um ar quente que se levantava.
Instantaneamente uma nostalgia tomou-a, eram pequenas recordações que ela trazia consigo...
Percorreu as memórias, lembrou-se de quando encontrou seu príncipe encantado e com ele prometeu desbravar o mundo - mas o tal do príncipe virou sapo e ela voltou a realidade.
Mais algumas lembranças invadiram seu quarto...
Lembrou da ideia do seu próximo aniversário, foi então que pensou no plano.

Fez uma lista do que iria fazer antes de conclui-lo.
- algumas tattos
- algumas aventuras censuradas aqui
- e por fim tudo o que desse em sua cabeça...

Quanta estupidez pensou por alguns segundos, mas então concluiu que era o melhor...
Em seu vigésimo sexto aniversário, não haveriam risadas e doses de vodka, não haveriam saltos quebrados e amigos bêbados em sua casa no outro dia...
Iriam estar presentes apenas olhares estáticos, vozes abaladas e lágrimas - essas sim iriam embalar a noite.
Colocou em prática sua listinha pré-despedida, nas semanas que se seguiram...
Passaram-se três delas, então deu-se conta que eram os últimos sete dias de sua vida...
A data de seu aniversário cairia em uma sexta-feira.
Pensou consigo mesma que não precisaria mais enfrentar sua rotina de trabalho, demitiu-se .
Agora ela apenas aguardava o ato final.


- continua-






Jess.Santos

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Três erros em face da Morte

Primeiro - A razão.

O despertador havia acordado-a ás 7 da manhã.
Só mais dez minutinhos pensou consigo mesma, e afundou-se no travesseiro ainda quente da noite dormida.
Por fim levantou, abriu a janela e o sol  beijou-a na face.
Estava cansada, seu corpo estava cansado.
Colocou um de seus rock's favoritos em um bom volume para acabar de despertar.
Tomou seu leite com café, acabou de se maquiar e então saiu.
O dia se estendeu devagar.
O trabalho foi o mesmo, as conversas foram as mesmas, o almoço foi o mesmo, naquela mesma mesa e já havia 5 anos que era assim...
Era o fim do expediente e logo partiu para casa.
Ela não mantinha dietas saudáveis, não ligava em dormir tarde e acordar cedo.
Estava agora dez vezes mais exausta, percorreu a casa descalça, pegou alguma coisa para comer quando passou pela cozinha, acomodou-se no sofá, checou seus emails; nada de diferente...
Assistiu um ou dois programas na tv.
Adormeceu...

Eis que o despertador havia acordado-a ás 7 da manhã, e como no dia anterior sua rotina tinha sido a mesma.
E assim se seguiram mais duas semanas...
Encontrou nesse meio tempo seus amigos e com eles se aventurou dentre a madrugada, pelas ruas da cidade.
Enfim havia acabado mais uma semana.
Sentada em sua cama alguns pensamentos se levantaram, ela tentou se dispersar, mas foi em vão.
Pensou consigo mesma em sua vida monótona, sentiu-se vazia, desprovida de qualquer sentimento que a motivasse seguir em frente.
Lembrou que faltava exatamente um mês para seu vigésimo sexto aniversário.
Assegurou a sim mesma que esse seria diferente.
E como seria diferente !
Um meio sorriso de levantou no canto de seus lábios e então adormeceu.
                                                                                                                   - continua -

                                                             Jess.Santos