Poemário.

Poemário.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Solilóquio

Quantos somos não sei...
Somos um, dois; três, talvez quatro, cinco, talvez nada.
Talvez a multidão de cinco em cinco mil e cujos restos encheriam doze Terras.
Quantos, não sei... Só sei que somos muitos - o desespero da dízima infinita.
E que somos belos como deuses mais somos trágicos.
Como borboletas de sangue brotamos da carne aberta e para o amor celestial voamos.
Quantos, não sei... Somos a constelação perdida que caminha largando estrelas.
Somos a estrela perdida que caminha desfeita em luz.
                                                           
Quem sou eu senão um grande sonho obscuro em face do Sonho.
Senão uma grande angústia obscura em face da Angústia.
Quem sou eu senão a imponderável árvore dentro da noite imóvel.
E cujas presas remontam ao mais triste fundo da terra ?
De que venho senão da eterna caminhada de uma sombra.
Que se destrói à presença das fortes claridades.
Mas em cujo rastro indelével repousa a face do mistério.
E cuja forma é a prodigiosa treva informe ?
                                                                        Vinicius de Moraes. 


Éramos tão ligados, e agora não te conheço mais.
Viramos opostos como óleo e água.


Teus vestígios ainda se encontram aqui.
Não pude me desfazer da parte que você existe dentro de mim.
Confesso que não queria sentir sua falta, é estranho sentir tudo de novo, tudo que queimou depois do funeral, por mais que meu corpo peça eu me esforço pra negar.
Isso também está sendo difícil para você, ai dentro ainda existe uma parte minha, suas lágrimas também expressão a dor dessa separação ?
Ainda sinto o teu tocar em meu corpo, todas as palavras de certa forma ainda me lembram você.
Te quero agora nao como desejo de carne, mas como cura para minha alma que ficou deserta.
Não há explicação, é minha carne que sinto sendo dilacerada a cada momento longe de você, é o meu coração que exerce o pulsar dolorido para que minha vida continue mesmo você não estando mais em meus dias.
Eu sinto falta daqueles dias em que existiram nossos planos, nossos desejos, nossos momentos.
Aquele tempo em que existiu nós dois.
Era tudo real ? O que restou daquele amor efêmero? 
Lágrimas - não mais.
Lembranças - apagadas com o passar do tempo. 
Delírios - agora saciados em outro corpo que não é o seu.
Agora sou apenas eu do tempo que existiu nós dois.
Finalmente vamos zerar e nunca mais recomeçar.
Então vamos brindar à mim.
Embora o meu amor seja uma velha canção aos teus ouvidos.
Voltaremos a brindar à mim !

                                                       Jéssikiinha.Santos

2 comentários:

  1. Adorei, pois é, trágico mais com um fundo de razão, o que falar do amor, sendo que ele não está somente nos corações mais puros da terra?! Pensem Nisso! Ao invés de machucar alguém, cujas marcas ficaram pra todo o sempre!!!

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  2. Vlw pelo comentario !
    Realmente é isso ai que voce disse !
    Perfeito ..

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