Poemário.

Poemário.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

The Poison

A morte que sugou todo o mel de teu doce hálito, não teve poder nenhum sobre tua beleza.
                                                           Romeu e Julieta - Willian Shakespeare.




Um adeus.
Era assim que conseguia colocar em palavras.
Veja elas fluírem.
O céu era de um escuro enigmático.
Havia o som de água em queda não muito longe.
Em algum momento fui levada até ali, só não sei como.
Estava sentada e minha cabeça girava, minhas ideias gritavam ao silêncio.
A lógica de toda essa viagem deverá aparecer até acabarmos.
Sons estrondosos me invadiram e atravessaram minha pele.
Que dor era aquela, tão forte que descreve-la pareceria muito clichê.
O céu se transformava agora em um cinza, apenas um tempo morto em cinzas.
De praxe podia ver imagens conhecidas em borrões.
Chegavam e iam atrozmente sem se importar com as feridas que  estavam sendo abertas, novamente.
Um olhar panorâmico: mil faces se entreolhavam e me olhavam.
Me julgavam.
Estúpidas criaturas !
Assim se passaram um ou dois minutos/horas.
Não é difícil de entender, deixe apenas sua mente aberta.
Fique entre as palavras, não as perca entre os pontos.
Via seu rosto, seu gesto no meu.
Lágrimas queriam afogar-me.
Tua face gélida entre minhas mãos.
Em que momento aquilo tinha ganhado tamanho impacto dentro de mim ?
Droga, como isso dói.
Não imagina a luta que se forma dentro de mim.
Não tinha mais vida em você, seus olhos costuravam em um paradoxo.
Meu corpo estremeceu ao entrar em contato com o seu, seus dedos eram de um começar de roxo.
Em seu rosto apareciam marcas de luta, sua alma não seria tão fácil assim, Ela teria que se esforçar.
Seus lábios pareciam estar dormindo.
Deixei que o mundo se encarrega-se do nosso fim.
Provei mais uma vez a sensação de ter os meus lábios nos teus, um gosto amargo se desfez dentro de mim, como mil lâminas a me rasgar.
Tinha em si o veneno, e nessa viagem não encontramos razões lógicas, apenas corações em pedaços e agora o frio que tomava para si o meu corpo junto ao teu.
E então era a luz.
E agora o escuro.


                                                                  Jees.Santos

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